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Conheça a trajetória, os desafios e realizações de um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos, e as principais fases de sua vida e carreira. Role ou clique sobre o ano para ler mais.
Candido Portinari nasce na fazenda de café Santa Rosa, em Brodowski, São Paulo, no dia 29 de dezembro. Seus pais foram os imigrantes italianos Batista Portinari e Domênica Torquato, que tiveram 12 filhos.
“Nasci numa fazenda de café. Meus pais trabalhavam na terra… Mudaram-se da fazenda Santa Rosa para a estação de Brodósqui – onde não havia ainda povoado; eu devia ter dois anos de idade.
No local viviam com meus pais, minha vó paterna, um tio e uma tia, ambos irmãos de meu pai. Lembro-me vagamente da casa e do armazém; havia um quarto cheio de melancias e de caixas de vinho do Porto. Estas caixas vinham sempre com surpresa. Grande foi minha alegria quando numa veio um pequeno canivete com cabo de madrepérola”.
(Paris, 29 de novembro de 1957)
O menino Portinari começa a desenhar.
Participa, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da Igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos a “Dipingere Le Stelle” (pintar estrelas). Mais tarde, auxilia um escultor frentista (especialista em fazer anjos/adornos).
“O vigário João Rulli desejava encomendar uma porteira e não se entendiam, peguei um papel e desenhei a porteira. O padre ficou olhando para mim e disse: – Amanhã chegará o frentista para ornamentar a fachada da nova igreja. Você deve ir vê-lo e aprender. Ricardo Luini era o nome do meu escultor. (…) Quando terminou, deu-me uma prata de dois mil réis e uma viagem a Ribeirão Preto. Pessoa muito boa”.
(Retalhos de minha vida de infância)
A partir de uma carteira de cigarros, Portinari faz a lápis um retrato do músico Carlos Gomes. A família guarda o desenho.
Viaja para o Rio de Janeiro. Tem aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estuda desenho e pintura. Seus professores foram Rodolfo Amoedo, Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e Carlos Chambelland.
“Quanto mais próxima a partida mais aflito ficava. Olhava o chão, as plantas, os animais, as aves e aquela luz… Parecia que nunca mais iria ver tudo aquilo que era parte de mim mesmo. Quantas lágrimas derramei às escondidas. Vi e revi mil vezes todos os recantos. Saudade incontida do que ficava. (…) Procurava ensaiar para não ser traído pela emoção. Ia à casa de minha vó, trocava duas palavras e saía vencido, qual, não era possível. Voltava para casa, falava com minha mãe e sentia-me impossibilitado de dizer palavras. Não poderia despedir-me. Preferia não ir mas necessitava ir, estava na idade. O sol, a lua, as estrelas, as águas do rio, o vento, tudo ficaria lá e eu encontraria o escuro.”
Paris, setembro de 1958.
Realiza-se em São Paulo, a Semana de Arte Moderna. Portinari não participa. Expõe, pela primeira vez, no Salão da Escola de Belas Artes.
Portinari manda para o Salão da Escola de Belas Artes o retrato do escultor Paulo Mazzucchelli, ganhando três prêmios, entre eles a medalha de bronze do Salão.
Participa do Salão Nacional de Belas Artes com o quadro Baile na Roça obra com temática brasileira, mas é recusado pelo júri.
Obtém a pequena medalha de prata no Salão, no qual expõe dois retratos.
Portinari recebe a grande medalha de prata.
Com o retrato do poeta Olegário Mariano, ganha o prêmio de Viagem ao Estrangeiro.
Antes de viajar, faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, por iniciativa da Associação dos Artistas Brasileiros. Parte para a Europa. Viaja pela Itália, Inglaterra, Espanha e se fixa em Paris. “Comecei a trabalhar, mas no meu quarto, porque não consegui ainda ateliê dentro de minhas posses. Contudo, não estou triste, porque não estou perdendo tempo: pela manhã vou ao Louvre, à tarde faço estudos. Não pretendo fazer quadros por enquanto. Aprendo mais olhando um Ticiano, um Raphael, do que para o Salão de Outono todo”.
(Carta ao amigo Olegário Mariano)
Vai diariamente aos museus, descobre a pintura moderna da Escola de Paris, discute sobre arte nos cafés e não tem quase nenhum tempo para pintar. Conhece Maria Martinelli, jovem uruguaia de 19 anos, radicada com a família em Paris e se casa com ela.
Portinari e Maria Martinelli
Sente saudade de Brodowski e escreve para o Brasil: “Daqui fiquei vendo melhor a minha terra – fiquei vendo Brodowski como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar o Palaninho, vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor. Quando comecei a pintar, senti que devia fazer a minha gente e cheguei a fazer o “Baile na Roça” (…) A paisagem onde a gente brincou a primeira vez não sai mais da gente, e eu quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra…”
Portinari e Maria regressam ao Rio de Janeiro e ele passa a trabalhar num ritmo intenso. Participa da comissão destinada a promover a reforma do Salão Nacional de Belas Artes, no qual os artistas modernos são admitidos pela primeira vez. Portinari é convidado pelo então diretor da Escola Nacional de Belas Artes, o arquiteto Lúcio Costa, a fazer parte da comissão organizadora do Salão. Nesse ano, Portinari apresenta 17 obras.
Expõe individualmente no Palace Hotel. Dessa vez exibe obras de temática brasileira – cenas de infância, circo, cirandas.
Faz outra exposição individual no mesmo local.
Nesse ano Portinari pinta “Despejados”, obra de temática social. ?Intelectuais começam a ver em sua figura o verdadeiro representante plástico do modernismo brasileiro. Tem sua tela “O Mestiço” adquirida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, sendo a primeira instituição pública a incluir uma obra de Portinari em seu acervo.
“A pintura moderna tende francamente para a pintura mural. Com isso não quero afirmar que o quadro de cavalete perca o seu valor, pois a maneira de realizar não importa. No México e nos Estados Unidos já há muitos anos essa tendência é uma realidade, e noutros países se opera o mesmo movimento, que há de impor à pintura o seu sentido de massa.”
(Entrevista de Portinari ao Diário de São Paulo, em 21 de novembro de 1934)
Em julho é contratado para lecionar pintura mural e de cavalete na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Ao participar da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, junto com pintores de 21 países, recebe a Segunda Menção Honrosa, com a tela “Café”. Essa obra é adquirida, antes mesmo da premiação, pelo ministro da Educação Gustavo Capanema, para o Museu de Belas Artes.
Portinari pinta o seu primeiro mural, para o monumento rodoviário da Estrada Rio/São Paulo, medindo 0,96m x 7,68m. O ministro Gustavo Capanema convida-o a trabalhar no edifício que será construído para o Ministério da Educação.
Com a intenção de dedicar-se ao estudo para os afrescos do Ministério, Portinari recebe a colaboração de alguns alunos da Universidade do Distrito Federal. Enrico Bianco, jovem pintor italiano recém-chegado ao Brasil, é apresentado a Portinari, que o convida para trabalhar no Ministério.
Esse ano é marcado pela execução dos trabalhos do Ministério da Educação.
“Faltava ao Brasil uma pintura mural de caráter e de assuntos nacionais, ligados aos temas históricos da nossa formação étnica ou da vida econômica e social do país. Essa obra está sendo atualmente realizada por Candido Portinari, para o novo edifício do Ministério da Educação”.
(Antônio Bento para o jornal A Tarde, em 2 de abril de 1937)
Nasce seu único filho, João Candido, em janeiro desse ano.?Executou três painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova York: “Jangadas do Nordeste”; “Cena Gaúcha” e “Festa de São João”. O Museu de Arte Moderna de Nova York adquire o quadro “O Morro”, que René Huyghe, diretor do Museu do Louvre, aconselhara Portinari a não utilizar. Em novembro, expõe 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas Artes. A Universidade do Distrito Federal é fechada.
Portinari participa da Exposição de Arte Latino-Americana no Museu Riverside, em Nova York. Expõe com grande sucesso em Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York. A University of Chicago Press publica “Portinari, His Life and Art”, o primeiro livro sobre o artista, com prefácio de Rockwell Kent e Josias Leão. Ilustra “A Mulher Ausente”, de Adalgisa Nery.
Em Brodowski, na casa de seus pais, Portinari passa a pintar uma capela para sua avó (“Capela da Nonna”), que doente já não mais podia frequentar a igreja.
Passa vários meses nos Estados Unidos, pintando quatro afrescos para a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso, em Washington D. C..? Vê o quadro “Guernica”, de Pablo Picasso, que o impressiona profundamente. Ilustra o livro infantil “Maria Rosa”, da autora norte-americana Vera Kelsey.
A pedido de Assis Chateaubriand, pinta uma série de murais para a Rádio Tupi do Rio, inspirados na música popular brasileira. Realiza nova exposição individual no Museu Nacional de Belas Artes. Ilustra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
Sobre a série “Os Músicos”, Assis Chateaubriand comenta “Grandezas e misérias do Brasil, sua sensibilidade, suas tragédias secretas, a contra-revolta obscura das suas classes desafortunadas, o frenesi dos sambas, dos batuques, o desengonço do frevo, a melancolia, sem azedume, dos negros e dos mulatos, (…) o tocador de flauta e o malandro dos morros, em toda essa comédia humana a paleta de Portinari deita cores imortais (…)”.
Pinta três painéis para a capela Mayrink, Rio de Janeiro. Acaba de executar um ciclo bíblico, que Assis Chateaubriand compra e leva para a Rádio Tupi de São Paulo, onde a influência da “Guernica” de Picasso é visível. ?Trabalha com dois painéis da série “Retirante”. Pinta um mural e azulejos sobre a vida de São Francisco de Assis para a capela da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
Pinta três painéis para a capela Mayrink, Rio de Janeiro. Acaba de executar um ciclo bíblico, que Assis Chateaubriand compra e leva para a Rádio Tupi de São Paulo, onde a influência da “Guernica” de Picasso é visível. Trabalha com dois painéis da série “Retirante”. Pinta um mural e azulejos sobre a vida de São Francisco de Assis para a capela da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
Expõe na Galeria Charpentier, de Paris, seus quadros e desenhos das séries “Retirante” e “Meninos de Brodósqui”. Recebe a “Legião de Honra” do governo francês.
Candidato a senador, em São Paulo, pelo Partido Comunista, perde por pequena margem de voto, colocando em dúvida a lisura do pleito. Viaja para Buenos Aires, onde faz uma exposição individual, que volta a apresentar em Montevidéu, no Salão da Comissão Nacional de Belas Artes do Uruguai.
Pinta em Montevidéu, em têmpera, o grande painel “A Primeira Missa no Brasil”, para o Banco Boavista do Rio de Janeiro. Ilustra “O Alienista” de Machado de Assis. No final do ano, Portinari faz uma retrospectiva no Masp (Museu de Arte de São Paulo), tendo as obras “Enterro na Rede”, “Criança Morta” e “Retirantes” doadas ao museu por Assis Chateuabriand.
Pinta o mural “Tiradentes” para o colégio de Cataguases. Apesar do convite, não consegue participar da Conferência Cultural e Científica para a Paz Mundial, em Nova York, pois tem seu visto de entrada negado.
Viaja para a Itália em fevereiro e visita Chiampo, terra natal de seu pai. Expõe seis trabalhos na XXV Bienal de Veneza. Recebe pelo painel “Tiradentes”, a Medalha de Ouro da Paz do II Congresso Mundial dos Partidários da Paz, em Varsóvia.
Participa, com uma sala especial, da 1ª Bienal de São Paulo. A Bienal conta com mais de 2 mil trabalhos de pintura, escultura, arquitetura e gravura de artistas de 19 países. Na Itália é lançada a monografia Portinari, organizada e apresentada por Eugenio Luraghi (ed. Della Mondione, Milão).
Pinta para o Banco da Bahia, em Salvador, o Mural “A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia”. Com ilustrações de Portinari, o semanário O Cruzeiro publica o romance “Os Cangaceiros” de José Lins do Rego. Pinta um conjunto de obras sacras para a Igreja Matriz de Batatais (SP), pequena cidade próxima a Brodowski.
É inaugurada a decoração para a Igreja de Batatais. E realizada a Via Sacra para integrar o conjunto das obras. Começa a demonstrar um problema grave de saúde devido à intoxicação com tintas. Expõe no Museu de Arte Moderna do Rio uma mostra com mais de 100 obras.
Inicia o trabalho dos enormes painéis “Guerra e Paz” para a sede da ONU em Nova York.
Participa com mais 140 artistas de 15 países da mostra organizada pelo Comitê de Cooperação Cultural com o Estrangeiro, em Varsóvia, que tem como tema principal a luta dos povos pela paz. Executa também um painel dedicado aos “Fundadores do Estado de São Paulo” para o jornal O Estado de São Paulo. Expõe novamente no Museu de Arte de São Paulo. Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala especial. Com os sintomas da intoxicação cada vez mais presentes, é proibido pelos médicos de pintar por algum tempo. “Estou proibido de viver”, reclama.
Participa da III Bienal de São Paulo, ocupando novamente uma sala especial. O Internacional “Fine Arts Council”, de Nova York, confere-lhe uma medalha como o pintor do ano. Ilustra o romance “A Selva”, de Ferreira de Castro. Em outubro, é inaugurado o painel “O Descobrimento do Brasil”, encomenda do Banco Português do Brasil, no Rio.
Viaja à Itália e a Israel e faz exposição nos museus de Tel-Aviv, Haifa e Ein Harod. Os painéis “Guerra e Paz” são apresentados no Teatro Municipal do Rio. Recebe o prêmio “Guggenheim’s National Award”, da Fundação Guggenheim, de Nova York. O Museu de Arte Moderna do Rio edita o livro “Retrato de Portinari”, de Antônio Callado.
A Maison De La Pensée, em Paris, apresenta uma exposição individual de Portinari, patrocinada pela Embaixada do Brasil, com 136 obras. Expõe também no Museu de Munique. Os painéis “Guerra e Paz” são inaugurados na sede da ONU. Recebe a “Hallmark Art Award”, de Nova York. Solomon Guggenheim expõe “Mulheres Chorando”, um dos grandes estudos preliminares do painel “Guerra”. No final do ano Portinari começa a escrever suas memórias: “Retalhos da Minha Vida de Infância”.
“Eram belas as manhãs frias na época da apanha do café e delicioso o canto dos carros de boi transportando as sacas da colheita. Quantas vezes adormecíamos sobre as sacas. A luz do sol parecia mais forte.”
“Era somente para nós. Ia pela estrada afora o carro vagaroso, cantando. Dormíamos cheio de felicidades. Sonhávamos sempre, dormindo ou não. Nossa imaginação esvoaçava pelo firmamento. Fantasias forjadas, olhando as nuvens brancas, mais brancas do que a neve. Tudo se movia ao nosso redor como um passe de mágica. Belas eram as seriemas, as saracuras e os tatus. Quando víamos no chão um orifício, sabíamos a que bicho pertencia. Conhecíamos também a maioria das árvores e arbustos, sabíamos a maioria das árvores e arbustos, sabíamos suas serventias para as doenças; as chuvas, o arco-íris, as nuvens, as estrelas, a lua, o vento e o sol eram-nos familiares. O contacto com os elementos moldava nossa imaginação e enchia nosso coração de ternura e esperança.”
Expõe, inaugurando a Galleria Del Libraio, em Bolonha (Itália), os trabalhos com motivos de Israel, os quais mostra a seguir em Lima e Buenos Aires. É convidado de honra, com sala especial, na 1ª Bienal do México. No retorno de uma viagem pela Europa declara que passará a dedicar-se à poesia. É convidado para receber, em Bruxelas, a Estrela de Ouro. Seu pai, “Seu Baptista”, morre no Rio de Janeiro.
Expõe na Galeria Wildenstein, em Nova York, e no Museu Nacional de Belas Artes, em Buenos Aires. A pedido da Librairie Gallimard, executa 12 ilustrações, em cores, para “O Poder e a Glória”, romance de Graham Greene. Ilustra também, com 30 gravuras, “O Menino de Engenho”, de José Lins do Rego. Pinta o mural “Inconfidência Mineira” para o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais S/A, do Rio de Janeiro.
Na V Bienal de São Paulo, expõe 130 trabalhos.
Após 30 anos de casamento, Portinari separa-se de Maria, que, assumindo mais que o papel de esposa, ajudava-lhe com os problemas do cotidiano, deixando-o livre para dedicar mais tempo ao seu trabalho. Mesmo separados, Maria continua a prestar-lhe assistência. Ainda para a Librairie Gallimard, ilustra os romances “Terre Promisse” e “Rose de September”, de André Maurois. Executa cinco painéis para o Banco de Boston de São Paulo: “Os Bandeirantes”, “Fundação de São Paulo”, “Colheita de Café”, “Transporte do Café” e “Industrialização”.
Expõe individualmente na Tchecoslováquia atual República Tcheca), em São Paulo e na Galeria Bonino, no Rio. É convidado a participar do júri da II Bienal do México.
Realiza-se em Moscou, uma mostra de fotografias de várias de suas obras. Nasce sua neta Denise. Feliz com o nascimento da neta declara: “Minha neta me libertará da solidão” (Poemas: cento e vinte e seis, 1960). A partir daí, passa a retratar sua neta em pintura e poesia.
Faz a última viagem à Europa. Encontra-se com seu filho João Candido, em Paris, revê amigos e lugares que muito lhe emocionavam. Sua saúde mostra-se mais uma vez abalada devido à doença que o atacara.
Juntamente com o amigo Eugenio Luraghi, planeja a exposição para o ano seguinte em Milão. Em julho, a galeria Bonino, no Rio de Janeiro, apresenta a última exposição do artista em vida.
Envolvido no trabalho para a exposição de Milão, descuida-se de vez de sua saúde. Morre, no dia 6 de fevereiro, na Casa de Saúde de São José, no Rio de Janeiro. Seu corpo é velado no Ministério da Educação, de onde sai o enterro, com grande acompanhamento.
“Quando o esquife de Portinari saiu do Ministério, na manhã do dia 8, em carreta do Corpo de Bombeiros, dos edifícios envidraçados, do pátio do Palácio da Educação, das bancas de jornais, dos cafés em súbito silêncio diante da Marcha Fúnebre e do Hino Nacional, voltaram-se para o cortejo milhares de caras irmãs das que aparecem nos Morros, nos Músicos, nos Retirantes de Portinari. Milhares de anônimas criaturas suas disseram adeus ao pintor, miraram uma última vez o claro e sutil feiticeiro que para sempre se aprisionou em losangos de luz e feixes de cor. Como se no espelho apagado da vida do artista ardesse num último lampejo tudo aquilo que refletira durante a vida”.
(Antônio Callado)
Realiza-se a mostra de Candido Portinari no Palazzo Reale, Salla delle Cariatini, Milão (Itália), com 201 obras.
A Livraria José Olympio Editora, publica o livro “Poemas de Portinari”.
A antiga residência do artista em Brodowski transforma-se no Museu Casa de Portinari. O Museu de Arte de São Paulo apresenta a exposição “Cem Obras-Primas Portinari”.
Realiza-se no Museu Nacional de Belas Artes uma mostra comemorativa dos dez anos da morte de Portinari.
É realizada no Palácio das Nações Unidas, em Genebra, uma exposição de 42 trabalhos de Portinari, ocasião em que são lançados quatro selos comemorativos reproduzindo detalhes dos painéis “Guerra e Paz”. O painel “Tiradentes” é exposto no Museu de Arte de São Paulo e no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro.
Realiza-se no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a mostra “Portinari Desenhista”, reunindo 71 obras.
Realiza-se no Museu de Arte de São Paulo, a mostra “Portinari Desenhista”, com 71 obras.
É criado o Projeto Portinari, sediado na PUC/Rio de Janeiro, tendo à sua frente João Candido, filho do artista, com o objetivo de documentar não só a obra completa do pintor como também a sua geração.
Realiza-se no Rio de Janeiro a exposição “25 Anos Sem Portinari”, com 50 obras.
Realiza-se no Jockey Club Brasileiro (Rio de Janeiro), a exposição “Portinari 90 Anos”, com 80 obras.
Realiza-se no Museu de Arte Moderna de São Paulo a exposição “Portinari Leitor” e “Portinari Imagens do Brasil”.
Realiza-se no Museu de Arte de São Paulo a exposição “Retrospectiva”, com mais de 200 obras.
Centenário do artista.
Comemoração dos 50 anos do painel “Guerra e Paz”. O filho do artista, João Candido, participou das comemorações na sede da ONU em Nova York.
O Museu de Arte de São Paulo inaugura a mostra “Portinari: As Séries Bíblica e Retirantes”.
Comemora-se, no dia 14 de março, 40 anos do Museu Casa de Portinari, em Brodowski.
Com a reforma da sede da ONU, o Projeto Portinari traz ao Brasil os painéis “Guerra e Paz” para restauro.
Recém-chegados ao Brasil, os trabalhos são expostos Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento reuniu mais de 44 mil pessoas em 12 dias. Em seguida, os painéis foram restaurados em ateliê aberto, no Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro.
Após restauro, os murais são apresentados no Memorial da América Latina, em São Paulo, de fevereiro a maio, onde foram vistos por mais de 100 mil pessoas.
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