Ferrovias começaram a funcionar em 1825 na Inglaterra e em 1854 no Brasil, Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, a primeira linha, São Paulo Railway - Santos - Jundiaí, foi inaugurada em 1867, seguida por várias pequenas companhias e pelas 4 grandes que atingiram, cada uma, mais de 1.500 km.
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro – 1.954 km
Companhia Paulista de Estradas de Ferro – 1.536 km
Estrada de Ferro Sorocabana – 2.074 km
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil – 1.539 km
Em 1922, havia no Brasil cerca de 29.000 km de ferrovias e 2.000 locomotivas a vapor.
As ferrovias paulistas, que iniciaram suas atividades por volta de 1870, tinham como objetivos transportar produtos agrícolas entre as cidades, incluindo o café para o porto de Santos. Seus edifícios foram projetados quase sempre com economia e pelos próprios engenheiros das companhias, que conheciam as soluções de arquitetura e engenharia dos outros países que implantavam ferrovias.
Na década de 1930, algumas companhias, como a Paulista e a São Paulo Railway, construíram linhas eletrificadas em determinados trechos e substituíram as locomotivas a vapor por aquelas com motor elétrico. Nos anos de 1940 e 1950, começou a substituição da tração a vapor por diesel e diesel-elétrica em todas as companhias. Foi um processo em etapas e diferentes locomotivas estiveram em uso nas várias linhas por muitos anos.
Nos edifícios, as empresas utilizaram materiais industriais como tijolo, ferro, madeira trabalhada e telhas cerâmicas, importados ou já produzidos no Brasil com o surgimento de olarias e algumas fundições. O ferro fundido foi utilizado após a década de 1880 para pontes e gares de estações, em grandes estruturas importadas da Europa e montadas no Brasil, e em estruturas menores como caixas d'água e suportes de coberturas. O tijolo foi empregado de forma aparente pela São Paulo Railway (Santos - Jundiaí) e pela Companhia Mogiana, aproveitando as diferentes colorações e texturas para detalhes estéticos nas fachadas. Cada companhia buscava ter uma identidade arquitetônica distinta das outras e demonstrar sua técnica, poder econômico e modernidade.
Nas cidades, a alvenaria das ferrovias passou para a construção de casas e substituiu a taipa de mão. As estações se tornaram pontos de encontro e de novidades e atraíram bares, hotéis e outros comércios e serviços.